Questão de Coimbrã




Também chamada de “Questão do Bom Senso e Bom Gosto” representou uma polêmica travada em 1865 entre os literatos portugueses.

 

          Grupo de intelectuais formais de Antônio Feliciano de Castilho, escritor romântico português, e o grupo de estudantes da Universidade de Coimbra: Antero de Quental, Teófilo Braga e Vieira de Castro, travaram um duelo que implantou uma grande crise cultural na época.

          

          O início do realismo em Portugal foi um pouco conturbado já que o romantismo e o ultrarromantismo estavam bem alicerçados. Castilho era uma das figuras mais ilustres dessa escola, mas de alguns jovens estudantes de Coimbra, que o tinham como mestre, defendiam uma poesia diferente e revolucionária.

Castilho não concordava com essa inovação literária, mas esses jovens estudantes que, sempre replicaram, vingando os ideais do realismo.

A esta batalha entre o grupo chefiado por Castilho e os jovens poetas, deu-se o nome de Questão Coimbrã.

          Com a publicação das Odes Modernas de Antero de Quental e com o presente que recebeu de Teófilo, Tempestades Sonoras. Castilho, mesmo tendo gostado dos versos, escreve uma carta ao jovem acusando-o de ter ideias revolucionárias.

          A publicação de O Poema da Mocidade de Pinheiro Chagas, Castilho não economizou críticas e alertou a todos sobre o perigo que poderia sair de Coimbra.

         Antero reage e publica Bom Senso e Bom Gosto, acusando Castilho de não ter contribuído em nada, pelo progresso da literatura contemporânea.

          A Questão Coimbrã foi um marco inicial do movimento realista em Portugal caracterizada por aspectos de renovação literária. A vitória de Antero, com uma literatura inovadora, sobre o formalismo egocêntrico dos poemas de Castilho e seus seguidores, formatou a Escola Realista.

 

 

       
       

Referência: A Literatura Portuguesa (Massaud Moisés)



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